Alex Arbarotti
Na postagem da semana passada trouxemos alguns números da reforma agrária no Brasil. Entretanto cabe deixar claro que os números, por mais alarmantes ainda não demonstram o sofrimento de varias famílias que se empenharam na luta por uma vida digna em terra própria.
A falta de atenção do governo a reforma agrária não produz somente números negativos, mas sim muito sofrimento de famílias que passam anos acampados em situações de vulnerabilidade as condições climáticas, a escassez de alimentos, o acesso a saúde e educação. Diferente das friezas dos números essas pessoas vivem objetivamente e cotidianamente as durezas e as pelejas da luta pela terra. Essas famílias são sujeitos que estão realizando a história e buscam uma vida digna.
Infelizmente são recorrentes os casos registrados de trabalhadores em condições similares a escravidão. Não são casos exclusivos das regiões mais vulneráveis do país, mas também da região considerada mais rica do país, o estado de São Paulo.
Esta, porém não são as únicas conseqüências da concentração de terra, pois existem muitos conflitos que ocasionam a necessidade de migrações por razoes de ameaças de morte e muitas ameaças que se concretizam em mortes. A Comissão Pastoral da Terra busca mapear esses conflitos e demonstra que conforme a concentração de terra aumenta o numero de conflitos e mortes também cresce.
Assim é importante termos consciência que os números negativos da reforma agrária se refletem em mortes e muito sofrimento. É necessário ver além dos números e enxergar os que doam a vida por uma sociedade mais justa.